O perigo das Queimadas

A queimada é uma prática usada desde os tempos primitivos para limpeza do terreno no intuito de preparar o mesmo para o plantio de culturas e formação de pastos.

É uma técnica ainda usada nos dias atuais.Quilômetros e quilômetros de matas e florestas são destruídas, animais silvestres são brutalmente exterminados e expurgados de seus habitats. Camadas e camadas de poluição atmosférica são lançadas.

A  camada superficial do solo onde consta a matéria orgânica é destruída.Além da destruição da vida microbiana, o fogo destrói também sementes, plantas e raízes. Degrada o ambiente , causa o esgotamento das terras  pelas erosões e perda da biodiversidade do local.

 

Estima-se que setenta por cento do gás carbônico produzido no Brasil provém das queimadas, causando asmas, bronquites e hipertensão na população. Também a falta de visibilidade causada por queimadas provocam inúmeros acidentes nas estradas, matando pessoas e animais.

E consequentemente, depois de dois anos após a limpeza por queimadas o produtor rural se vê obrigado a deixar o terreno e elaborar a queima em outro espaço, pois o solo torna-se improdutivo.

As intenções por trás das práticas de queimadas são as mais diversas. Ora para acabar com as pragas e doenças e para o preparo do solo por produtores rurais de poucos recursos, impossibilitados de usarem  práticas mecanizadas. Ora por grileiros para apossarem ilegalmente das terras. Ora por canavieiros para facilitar a colheita eliminando os espinhos das culturas. Ora para eliminar o que sobrou da colheita (a exemplo do algodão) para exterminar os bicudos, pragas comuns neste tipo de monocultura.

O fogo no cerrado pode iniciar também por fatores naturais. Ocorre através do acúmulo de biomassa seca de palha, pela baixa umidade e altas temperaturas nesta época de inverno seco, criando condições favoráveis para tal. Pelas descargas elétricas, pela combustão espontânea.Atrito entre rochas e até mesmo pelo atrito dos pelos de alguns animais com a mata. Quaisquer destes fatores contribuem para desencadearem uma queimada.

O fogo originado por fatores naturais pode até ser benéfico para o bioma em algumas situações. Pois, contribui para a germinação de sementes,as que são impermeáveis, que necessitam de choque térmico para que se efetue a quebra de sua dormência vegetativa. A rápida elevação da temperatura causa fissura nas sementes facilitando a penetração da água e iniciando o seu processo de germinação. Porém diante do estrago que causa uma queimada, a equivalência da beneficência se torna bastante insignificante tornando-se desaconselhável tal prática. 

 

 

E para germinação de sementes impermeáveis, práticas simples já são usadas com choque térmico causado por  água quente e fria, aplicadas nos planejamentos agro florestais.Portanto a prática de queimada não se justifica em hipótese nenhuma.

Cabe a cada um de nós promover campanhas de combate ao uso do fogo, levando uma palavra, uma informação, um conselho e até mesmo denunciando estas práticas que são, além de não trazerem benefícios são totalmente criminosas.

           

Então passa-se ali um drama augusto...
N'último ramo do pau-d'arco adusto
O jaguar se abrigou...
Mas rubro é o céu... Recresce o fogo em mares...
E após... tombam as selvas seculares...
E tudo se acabou!...

Castro Alves

E, esgrouvinhada, rija e pasma,
como um tetérrimo fantasma,
de retorcidos braços nus,
aquela triste árvore eleva
os galhos secos para a treva,
no desamparo de uma cruz.

Batista Capelos

Fonte

http://pt.wikipedia.org/wiki/Queimada

http://ambiente.hsw.uol.com.br/queimadas.htm

http://www.brasilescola.com/brasil/a-acao-fogo-no-cerrado.htm

"O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz. (Sal. 29:11)"

Acerca do Lixo

Na linguagem permacultural a palavra lixo praticamente inesiste. O que se designa lixo costumamos renomear de “recursos”.

Na Estância projetei uma Miniestação de Tratamento do lixo, exclusivamente para a destinação dos resíduos, ditos recursos: o “Portal da Siriema”. Servirá para coleta e destinação final do lixo.

Algumas atividades serão executadas e trabalhadas dentro da Quinta de modo que para cada tipo de resíduo terá uma destinação apropriada.

 

O minhocário; a recicloteca; a composteira; o aterro controlado e os cestos sugismundos.

Os cestos sugismundos ficarão dispostos ao longo das trilhas e beirando as estradas de acessos para que neles sejam depositadas garrafas, latinhas, sacolas e outros materiais descartados pelos visitantes e usuários da Quinta.

O minhocário (vermicultura) será construído na forma de quiosquinhos bem planejados de forma que as minhocas que ali serão criadas receberão tratamento apropriado de forma que fiquem livres de predadores como pássaros, formigas, galinhas e até mesmo vento, sol e chuva.

A recicloteca será um centro de triagem onde os objetos serão classificados e destinados ao reaproveitamento na forma de produtos artesanais, e mesmo destinados à construção civil na própria Estância.

 

A composteira abrigará os resíduos orgânicos domésticos como restos de comidas não processadas e resíduos de jardins e hortas, cujo produto devolverá à terra os nutrientes de que necessita aumentando sua capacidade de retenção de água, permitindo o controle de erosão. Os materiais destinados a ela são as cinzas, penas, lixo domésticos, aparas de grama, palhas, podas, folhas, jornais, serragens, cascas de frutas e outros.

 

 

No aterro controlado serão destinados os resíduos sólidos para confinamento cobertos com uma camada de material inerte em local devidamente impermeabilizado de modo a minimizar os riscos de poluição.

 

É claro que nessas ações de cuidados com o lixo não trataremos de resíduos hospitalares ou nucleares( salvo ocorrer ) que ficarão a cargo de uma empresa devidamente habilitada para tal. Estou me referindo aqui ao lixo unicamente produzido na Quinta.

Lixos que virão de outras fontes não adentrarão na Quinta a não ser em casos de materiais que serão adquiridos para algum fim específico como nos casos dos pneus que devido à quantidade normalmente maior serão usadas nas construções.

 

A bobagem quase feita.

Mulch, a descoberta.

Quando Seu Francisco falou que ia esperar a lua nova pra queimar a palhada por motivo da ventania estar mais amena durante a noite, fiquei pensativa.

Afinal, o fogo é o último recurso a se lançar mão.

Veio-me então a ideia da cobertura morta.

Palhada da veredinha

Passei a indagar.

O processo de cobertura é usado tanto na produção agrícola como em jardinagens para melhorar a produtividade do solo. Conservando a umidade. Melhorando a fertilidade. Reduzindo o crescimento de ervas daninhas e melhorando o visual da área.

 

Seu Francisco

A cobertura de folhas de árvores que caem durante o outono e inverno, e ao se decomporem permitem que a água e a umidade escoem para debaixo da superfície do solo.

A cobertura de palha tem boa retenção de umidade e propriedades de controle de ervas daninhas.

Área capinada

Grande variedade de materiais são usados como cobertura de solo: gramas, folhas, palhas, serragens e lascas de madeiras. Jornais desfiados, papelão e esterco.

Mulch (palhada) aplicada pode ser mais eficiente que o uso de herbicidas.

  

Folhas caídas devido o inverno

A temperatura que esta cobertura é compostada elimina patógenos de fezes e urinas, carrapatos e pulgas. Melhora o solo atraindo as minhocas gerando húmus.

Desta feita, troquei ideias com Seu Francisco. 

 

O microclima da florestinha ciliar

Veio a lua nova, primeiro quarto e caminhamos pra cheia. Seu Francisco disse que anda uma onça a rondar pelas imediações da estância oriundas da Terra Ronca. Ele ainda não a viu porem viu as pegadas. De repente por prudência preferiu esperar para então atear o fogo na palhada numa noite dessas.

 

Caraíbas em flor

Bendita suposta onça. Enfim, chegamos a conclusão de espalhar a palhada da veredinha e deixar decompondo.

Melhor assim. Afinal, vamos aprendendo com o andamento do projeto. Quase fizemos uma bobagem.

http://en.wikipedia.org/wiki/Mulch