quinta-feira, 27 de junho de 2013

A despedida do Outono

Caliandra /Estância dos Portais



Flor do Cerrado desconhecida/Estância dos Portais
No dia 20 de Março marcou o início do Equinócio de Outono aqui no hemisfério sul, terminando agora por entrada do Solstício de Inverno, dia 21 de Junho.
É época do equilíbrio onde os dias e as noites são iguais e têm a mesma duração.
Época em que nós, Povo da Floresta, agradecemos a Deus pela colheita, celebramos a fartura e as nossas conquistas.
A vegetação diminui e a luz solar míngua rapidamente.
 

A Quaresmeira dá o ultimo ar de sua graça/Estância dos Portais




Em botânica, as plantas caducifólias encontram a sua forma de não perder água pelo processo de evaporação pelas folhas, eliminando-as. Despe-se de sua folhagem, ficando somente o caule e os galhos. Desta forma elas armazenam a água para sua sobrevivência.


Flor do Cerrado desconhecida /Estância dos Portais

Chuveirinho/Estância dos Portais


Eu fico encantada com a exuberância da flora do cerrado. De presente para o mundo capturei algumas fotos do outono na Estância dos Portais.

sábado, 22 de junho de 2013

A Poética da Natureza

          É inverno  no hemisfério sul.  O Solstício de Inverno ocorreu ontem, dia 21 de Junho, dando início a uma nova estação.
         Durante o inverno as arbóreas e as arbustivas estão trocando suas folhagens e os animais se recolhem. O capim amarela e seca. Os dias são mais curtos e as noites mais longas. A natureza é menos fértil.
Segui o caminho do sol, da lua e as mudanças das estações do ano. Aprofundei a minha percepção acerca dos ciclos da vida, da morte e do renascimento.

 
 Buritizal- Estância dos Portais

          Numa  rota giratória, cumprindo uma infinita jornada, percorro o ciclo natural dessa grandiosa espiral: a vida.
         Acordei hoje assim: com saudade de não sei do que. Rumei para a estância. Aqui, o clima é o tropical sazonal. Normalmente a atmosfera é calma. Inverno seco. O ar é parado. Temperatura em  torno de 25 graus. Às vezes chega a 10 graus, mas muito raramente.
 
 Sua Majestade - O Sol - Estância dos Portais

          Choveu. Andando  por entre a vegetação carregada de orvalho, desliguei-me das obrigações diárias e assim pude sentir o cheiro do mato. O perfume das flores. A textura dos galhos e das folhas ao abrir a trilha rumo ao caminho das águas. Os pés na terra molhada do sereno. A lama preta do brejo a encardir os pés, no trajeto entre a vereda e o rio. Propus  a ouvir os diferentes sons de uma poética que só mesmo a natureza benfazeja pode nos ofertar. Pude com minha pouca experiência em avifauna distinguir alguns sons dos pássaros saltitantes por entre os vários estratos da mata ciliar.  Inhambu (codorna-buraqueira); maritacas aos bandos;  beija-flores. Araras azuis! Várias delas. Tucano de bico longo voando de uma árvore para outra em voos rasantes.  Lindos! Rolinha Fogo-Apagou.  Anu preto. Periquitos. E Soins ( Saguis) , vários deles com aquele assobio subliminar saltando  de árvore em árvore.
 Rio Agua Quente - Estância dos Portais

           O vento sacode a folha das palmeiras parecendo me dizer algo. E o barulho das águas em diferentes sons, parece conversarem entre si. Eu ali, perplexa, tentando com a minha pequena câmera registrar algo que só ficará retratada com toda fidelidade na minha memória.
 
 Puçazeiro em Flor- Estância dos Portais

          Na volta para casa uma Siriema  atravessa a estrada e ganha a mata, ligeira e arisca. Sem chances de uma foto.
         Diante da confirmação de que a criança do Sol renasce nesta estação de Inverno, tive a certeza maior: Eu sou infinitamente Feliz!